Consumidor brasileiro mantém esperança de futuro melhor
Mesmo com clima de instabilidade econômica no Brasil, provocado pela alta dos preços dos produtos e dos juros e perda do poder aquisitivo da população, o Índice Nacional de Confiança (INC), da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), manteve-se estável em relação a fevereiro e com leve tendência de crescimento. O indicador da entidade, elaborado pela Pinion, marcou, em março, 89 pontos, o mesmo número do último mês, mas com pequena curva ascendente herdada de períodos anteriores.
Aumento da mobilidade
A explicação está no aumento da mobilidade urbana em todo o País, por conta da diminuição das medidas restritivas, e na esperança de tempos melhores para os próximos meses.
“As pessoas estão projetando um cenário menos pessimista para o futuro; não é uma percepção do presente, por isso que existe esta tendência de crescimento da confiança”, disse Marcel Solimeo, economista da ACSP. “Daqui seis meses, por exemplo, talvez a pandemia já seja uma endemia; é possível que as mortes causadas pelo coronavírus possam ficar mais raras e, por conta do retorno à vida que se tinha antes da Covid-19, que as vagas de emprego no Brasil também aumentem”, emendou.
A pesquisa é medida de 0 a 200 pontos e afere a percepção da população sobre sua condição financeira atual e as expectativas em relação à situação futura, afetando o comportamento destas pessoas na hora da compra.
Brasileiro está mais otimista
Os 89 pontos registrados em março melhoram a percepção do brasileiro em relação à economia, mas ainda é um índice pessimista já que está abaixo dos 100. Em janeiro de 2020, o INC, que registrou na época 100 pontos, foi o último mês que o indicador não esteva no campo cauteloso. Apesar disso, o Índice deste mês, comparado a março de 2021, apresentou aumento de 12,6%.
A tendência crescente foi mantida em, praticamente, todas as regiões do País, principalmente no caso do Norte. O mesmo comportamento se observa em quase todas as classes sociais, excetuando a classe DE, mais afetada pelo elevado desemprego, que apresentou tendência decrescente nos últimos três meses.
Em geral, persiste a percepção negativa das famílias em relação à sua situação financeira e de emprego atuais, enquanto melhoraram as expectativas futuras sobre essas variáveis.
Essa percepção negativa se reflete na menor disposição a adquirir itens de maior valor, como carro, casa e bens duráveis, tais como geladeira e fogão, apesar do aumento verificado na propensão a investir no futuro.